“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus" (João 1:12).
A esperança de
um casamento feliz e gratificante com a pessoa que amamos profundamente é um
dos desejos mais arraigados nos homens e mulheres. Compartilhar alegremente as
nossas esperanças, sonhos, destino e as grandes experiências da vida de uma
maneira muito íntima é uma das jornadas mais satisfatórias de toda a vida.
Um bom casamento
também é abençoado com filhos felizes, respeitosos e bem-sucedidos que vão
gerar o mesmo tipo de netos; esse é o coroamento de uma vida feliz. E que vida!
Que sucesso! Se possível, todos gostaríamos que esta fosse a nossa história.
Esse quadro idealista é um sonho universal. Todo mundo quer o resultado. Mas nem todo mundo quer viver a vida que o
produz.
Desde o início,
Deus revelou que o casamento era uma união especial entre um homem e uma
mulher, porque, francamente, essa é a maneira de ter filhos. A relação sexual entre
um homem e uma mulher unidos no casamento gera filhos dentro dessa família.
Além disso, os benefícios do casamento tradicional se estendem além da
reprodução.
Os estudos
continuam a mostrar que homens e mulheres geralmente vivem vidas mais longas e
mais felizes quando são casados com alguém do sexo oposto. Nessas uniões
tradicionais, geralmente as crianças também crescem mais sociáveis e
bem-sucedidas financeiramente do que as crianças que crescem em arranjos
alternativos. Há definitivamente uma forte justificativa social para que o
casamento monogâmico tradicional seja entre um homem e uma mulher. Através das páginas
desta publicação também veremos que há uma justificativa bíblica incontestável
para as uniões tradicionais. A experiência tem demonstrado, uma e outra vez,
que estas orientações bíblicas sobre os relacionamentos e a paternidade são as
que dão melhores resultados.
Existe alguma
regra?
Mas antes de
chegarmos a essas instruções bíblicas, devemos reconhecer que muitas pessoas
não têm certeza se Deus realmente existe ou se Suas instruções são relevantes
hoje. Alguns acreditam que os seres humanos passaram a existir por forças evolucionárias,
seguindo uma seleção natural cega e a sobrevivência do mais apto. Esta teoria
postula que as pessoas estão simplesmente acima do nível dos animais e que não
existem leis espirituais que orientam a conduta humana e nem qualquer exigência
de que as relações sexuais sejam exclusivamente dentro do casamento.
A partir dessa
perspectiva, ou porque simplesmente não querem seguir as instruções bíblicas,
homens e mulheres têm experimentado através dos tempos muitos diferentes tipos
de relações sexuais, inclusive o sexo pré-marital, o adultério, a poligamia (um
homem com várias mulheres), a poliandria (uma mulher com vários maridos), a
homossexualidade e os casamentos grupais. Hoje o sexo antes do casamento, o
adultério e as relações homossexuais têm ganhado mais aceitação — desafiando e
abalando o casamento tradicional. A suposição entre muitas pessoas, inclusive
governos e juízes que legislam pela aceitação de todos os pontos de vista e das
pessoas, independentemente de suas práticas e estilos de vida, é a de que todas
as escolhas são iguais — então as pessoas podem fazer o que quiserem.
Infelizmente, se supõem que esta abordagem é moralmente superior a todas as
outras.
Será que fomos
criados para o casamento e a família?
No entanto,
apesar de todas as experiências sexuais ao longo das eras, o que quase todo
mundo quer mesmo é uma vida feliz, até as crianças. Parece que as pessoas têm
estado psicologicamente ligadas ao desejo do casamento e da família. Mas por
que somos assim? É possível que tenhamos sido criados dessa maneira desde o
início por um Criador? O que teria acontecido se a raça humana não fosse criada
como homens e mulheres e com um desejo de ter relação sexual, que iria garantir
a procriação, um desejo de intimidade física e emocional para com outra pessoa
e um desejo ter uma família? Será que foi por acaso que as coisas aconteceram
desta maneira? Somos simplesmente
frutos da sorte? Para aqueles que têm olhos para enxergar, essas
características inatas são simplesmente indicadores adicionais, entre muitos
outros, que apontam para o fato inquestionável de que a humanidade foi
projetada e criada por Deus. A Bíblia explica que fomos feitos à imagem de Deus
(Gênesis 1:27) — que significa na nossa aparência geral, bem como com mentes
capazes de pensar. Um princípio importante, também revelado aqui, é a
continuidade do casamento e da família — que a vida humana é modelada de acordo
com realidades espirituais, imateriais e invisíveis. Assim como os seres
humanos foram feitos à imagem de Deus, o casamento e a família foram
padronizados pelos conceitos espirituais.
Deus: O Criador
do casamento e da família
Para entender o
significado espiritual do casamento e da família, devemos nos voltar para Deus,
nosso Criador, para saber o que Ele tinha em mente ao criar a raça humana.
Certamente
iremos ao primeiro livro da Bíblia, Gênesis, para aprender sobre o casamento e como Deus criou os primeiros
seres humanos (algo que abordaremos detalhadamente mais adiante), porém temos
que ir a outras seções da Palavra de Deus para saber (por quê) Ele nos criou do jeito que somos.
Quando nos
voltamos para essas passagens, aprendemos do plano que Deus tinha não apenas
para Adão e Eva, os primeiros seres humanos, mas também para toda a humanidade —
cada pessoa que já viveu ou que ainda viverá. Nós também entendemos que o
casamento e a família humana refletem esse plano, que foi estabelecido antes da
fundação do mundo. Pouco tempo depois de Jesus Cristo vir à Terra e viver como
Deus na carne, um de Seus seguidores, João, escreveu um livro para provar aos
seus contemporâneos e a humanidade de hoje que Jesus era realmente Deus.
Nessa obra, João
fala sobre Jesus: “[Ele] estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo
não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos
quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” (João 1:10-12, ênfase
adicionada em todo o texto).
A expressão “filhos
de Deus” nos diz que Deus está criando Sua própria família. Outras
passagens revelam esta mesma surpreendente verdade. Em Hebreus 2:10 vemos que
Jesus estava e continua envolvido com o plano de Deus e com o propósito de
“trazer muitos filhos à glória”.
Paulo, outro
escritor do primeiro século do Novo Testamento da Bíblia, observou que os seres
humanos são “descendência de Deus” (Atos 17:28-29, NVI). Paulo também escreveu
sobre “o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos
céus e na terra toma o nome” (Efésios 3:14-15).
Deus nos criou
para sermos parte de Sua família
Paulo também
animou o povo de Deus em Corinto com a Sua promessa específica: “Pelo que saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos
receberei; e eu serei para vós Pai, e vós
sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (2
Coríntios 6:17-18).
Assim como nas
famílias humanas nascem filhos que passam a fazer parte dessas famílias, assim
Deus criou Adão e Eva e seus descendentes — todos nós — para que possam fazer parte de Sua família. A família
física é, portanto, uma espécie da família espiritual do próprio Deus. Continuando
este tema. Apocalipse 21:7 acrescenta: “Quem vencer herdará todas as coisas, e
eu serei seu Deus, e ele será Meu filho'". Estas e outras
escrituras nos dizem que o plano de Deus desde o início era primeiro criar as
pessoas como seres transitórios de carne e sangue, sujeitos à morte, e, em
seguida, dar a oportunidade de vivermos para sempre como seres espirituais em
Sua família eterna. Se correspondermos a Deus com amor e obediência. Ele nos
oferecerá esta grande promessa. No devido tempo. Deus fará esta oferta a todo
ser humano para que faça parte de Sua família. Ao explicar sobre o amor que
Deus tem por todos os Seus filhos, outro discípulo, Pedro, escreveu: “O Senhor
não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime
para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham
a arrepender-se” (2 Pedro 3:9). Deus não quer que ninguém perca esta grande oportunidade
— a oportunidade de uma vida eterna!
Este é o
transcendente e especial propósito de Deus ao criar a humanidade — nos oferecer
a oportunidade de fazer parte de Sua família eterna, sermos Seus próprios
filhos. Se nos arrependemos e nos batizamos, podemos receber este dom
maravilhoso. Quando batizados, recebemos o Espírito Santo de Deus (Atos 2:38) —
algo que nos distingue como Seus filhos. Paulo, em Romanos 8:14, explica que
“os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”.
Tornar-se filhos
do Pai
O grande
propósito de Deus de gerar literalmente filhos e filhas em Sua família tem
estado em vigor desde antes da fundação do mundo. Deus está reproduzindo a Si
mesmo, criando filhos que possuirão Seu caráter santo e justo e, no devido
tempo, a vida eterna junto a Ele como seres espirituais com Sua natureza
divina! Claro que, quando respondemos à ordem de Deus para nos arrependermos e
sermos batizados, continuamos vivendo como seres humanos físicos, ainda não
transformados em espírito. Para reafirmar os cristãos recém-batizados, Paulo
comparou esse processo, de se tornar filhos de Deus, ao modo como as pessoas,
do mundo romano da época, recebiam todos os direitos e privilégios como filho e
herdeiro dentro de uma família. No versículo 15 Paulo continua: “Porque o
Espírito que vocês receberam de Deus não torna vocês escravos e não faz com que
tenham medo. Pelo contrário, o Espírito torna vocês filhos de Deus; e pelo
poder do Espírito dizemos com fervor a Deus: ‘Pai, meu Pai!’” (BLH).
Além da promessa
de se tornarem filhos de Deus, este versículo mostra que a nossa relação com Deus
pode tornar-se tão íntima e pessoal que nos referimos a Ele como nosso “Paizinho!”,
“Papai”— o significado de “Abba! Pai!”.
Paulo continua a
explicar no versículo 17 que “somos seus filhos, e por isso receberemos as
bênçãos que ele guarda para o seu povo, e também receberemos com Cristo aquilo
que Deus tem guardado para Ele” (BLH). No mundo romano da época de Paulo, um
pai poderia declarar que seu filho era completamente filho e herdeiro quando
ele chegasse a certa idade adulta e à maturidade. Antes dessa declaração, o
filho era considerado inferior à posição de seu pai. Mas quando este atingia a
maioridade era declarado que, ao ser legalmente investido de todos os direitos,
possuía autoridade e privilégios de filho e herdeiro de seu pai.
Paulo se refere
a este processo em Romanos 8 (e em Gálatas 4, onde ele usa uma linguagem muito
semelhante para chegar ao mesmo ponto). O processo não estava completo até que
o filho chegasse a esta idade e recebesse plenos direitos e privilégios.
Ao continuar o
tema, Paulo escreveu no versículo 23: “. . . mas nós, que temos o Espírito
Santo como o primeiro presente que recebemos de Deus, nós também gememos dentro
de nós mesmos enquanto esperamos que Deus faça com que sejamos seus filhos e
nos liberte completamente” (BLH).
Paulo explica
que o nosso estado agora é como o de crianças que ainda não atingiram esse
ponto para ter todos os plenos direitos de filiação — não obstante, vamos
alcançar esse status na ressurreição à imortalidade no retorno de Cristo (1
Tessalonicenses 4:15-17).
A inspiração de
Deus para que Paulo usasse esta analogia sublinha a realidade e a garantia
absoluta de Deus que nos possibilita nos tornarmos realmente Seus filhos e, por
fim, vivermos para sempre em Sua família. A promessa de Deus de plenos direitos
de filiação será outorgada na ressurreição ou na transformação de mortal para
imortal, no momento em que formos investidos de todos os poderes e privilégios
de um filho divino. E como ecos desses mesmos pensamentos, João escreve em 1
João 3:1-3: “Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos
chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não
conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é
manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a Ele: porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem
esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”.
A verdade
surpreendente revelada neste versículo é que, como Cristo, teremos uma vida
eterna com poder inimaginável e glória! Para ter uma ideia de como será nossa
aparência glorificada, leia Apocalipse 1:12-16, onde se descreve a aparência
glorificada de Cristo.
A implicação
espiritual do casamento
Do mesmo jeito
que uma família humana reflete o plano de Deus de construir uma família, o
casamento humano também reflete uma relação espiritual. O casamento
humano foi moldado do relacionamento entre Jesus Cristo e a Igreja. Observe
como Paulo explica este conceito. Depois de discutir as responsabilidades de
marido e mulher, e a relação entre eles, Paulo diz: “Grande é este mistério; digo-o,
porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em
particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o
marido” (Efésios 5:32-33). Que belo exemplo para a relação entre Cristo e a
Igreja! Paulo explica que Cristo amou tanto a Igreja que deu Sua vida por ela
(versículo 25). Como qualquer um de nós, na Igreja, poderíamos duvidar de Seu
amor? Como não fazer as coisas que Ele nos pede? O entendimento de que o
casamento entre um homem e uma mulher é um tipo de relação entre Cristo e a
Igreja também pode ficar mais claro pela visão que Jesus Cristo deu a João no
final do primeiro século. João registrou essa visão no último livro da Bíblia,
o livro de Apocalipse. Depois que Jesus retornar para assumir os reinos da
Terra e estabelecer o Reino de Deus, Ele revela que fará parte de um casamento
muito especial.
E assim João
registrou essa visão: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória,
porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E
foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o
linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados
aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as
verdadeiras palavras de Deus” (Apocalipse 19:7-9). Os santos fiéis que fizeram
parte da Igreja fundada por Jesus Cristo serão a Noiva de Cristo. Seu
comportamento justo é comparado a uma roupa fina
e cara. Um
casamento humano feliz dá-nos uma profunda visão desse casamento — que
verdadeiramente vai durar para sempre porque ambas as partes serão espíritos.
Semelhante e intimamente relacionado com a família, o casamento também nos dá
uma ideia do amor e do plano de Deus para a humanidade.
Porque os
casamentos humanos são moldes dessa relação espiritual e eles podem ajudar a
compreender este relacionamento presente e futuro no plano de Deus. Agora que
temos uma compreensão da visão de Deus sobre o que representam matrimônio e a
família, podemos examinar mais de perto as instruções que Ele deu sobre o
casamento.
Fonte: Livro Casamento e família: A dimensão
perdida - Igreja de Deus Unida - Associação
Internacional (EUA).
Nota do
autor do Blog: A referida Associação Internacional destaca em seu
livro que os assuntos neles contidos destinam-se ao serviço educacional de interesse
público. Sendo assim, estarei divulgando paulatinamente todo o conteúdo do
livro aqui. Att – Presbítero Marcello.
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