"Um dá liberalmente, e se lhe acrescenta mais e mais;
outro poupa mais do que é justo,
mas se empobrece" (Provérbios 11:24).
Certo fazendeiro cavou um poço do
qual retirou água durante muitos anos para dar de beber a seus animais. Mas,
chegando à seca, faltou-lhe a água e foi necessário levar os rebanhos, com
grande sacrifício, até o rio. Passando por ali um viajante, perguntou-lhe:
- Por que não experimenta
aprofundar o poço?
- Não posso fazê-lo sem perfurar a
pederneira.
Porém o viajante insistiu com o
fazendeiro e disse-lhe que, apesar de ser a pedra tão dura, com dinamite
poder-se-ia descobrir uma veio de água maior do que os que já vira. O
fazendeiro animou-se a experimentar. Com a explosão, abriu-se um veio de água
que borbulhava a flor da terra. Foi como uma mina de ouro na fazenda.
Muitos crentes estão a enfrentar a sequidão espiritual. Cavam até à pederneira. Têm certeza de que há um manancial de gozo e vida pronto a jorrar logo que o obstáculo for retirado. Mas, será que teremos a coragem que teve o fazendeiro de colocar a dinamite na pederneira e acender o rastilho?
Os que o têm experimentado podem
testificar que não há coisa que nos leve a maior profundidade espiritual do que
pagar o dízimo. Mas temos de fazê-lo fiel e liberalmente. Todos quantos
abandonam esta experiência encontram a fonte da graça entupida. E, não são
poucos os que esfriam na fé. A primeira menção do dízimo acha-se no capítulo 14
de Gênesis, onde se conta a história de como Abraão deu a décima parte dos despojos
a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo. Isso foi antes da lei mosaica.
Mais de trezentos anos antes de Deus dar a lei a Israel no monte Sinai, Jacó
fez este voto ao Senhor: "De tudo quanto me deres, certamente te darei o
dízimo" (Gênesis 28:22).
Jacó fez esse voto quando se
encontrava desamparado e sem dinheiro. Apesar de passar por grande perigo e
muita incerteza, cumpriu-o. E o Senhor o abençoou, fazendo-o voltar em paz à
casa do seu pai, com grandes possessões. Há exemplos inumeráveis de crentes sem
recursos que, como Jacó, fizeram o mesmo voto ao Senhor. E, passadas as provas,
mostraram ao mundo como Deus abençoa o seu povo quando este contribui para o
crescimento de sua obra.
Todos conhecem a marca do creme
dental Colgate. Guilherme Colgate, com dezesseis anos de idade, saiu da casa de
seu pai porque faltava o pão para a família. Na estrada, encontrou-se com um
velho conhecido que, de joelhos, orou com ele e disse: 'Alguém será,
brevemente, o principal fabricante de sabão em Nova York. Espero que sejas tu.
Sê um homem prudente; dá teu coração a Cristo; entrega-lhe de cada dólar que
receberes a parte que lhe pertence; faz um sabão honesto; no peso dá uma libra
inteira e sei que te tomaras próspero e rico". Entrou na grande cidade de
Nova York levando consigo tudo que possuía embrulhado numa toalha. Foi com
grandes dificuldades que Guilherme encontrou emprego. Com saudades de casa e
lembrando-se das palavras da mãe e do velho conhecido que lhe aconselharam a
buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, uniu-se à Igreja de Cristo. Do
primeiro dinheiro que recebeu deu a décima parte ao Senhor. Não muito tempo
depois de achar esse emprego tornou-se sócio do patrão. Depois de alguns anos,
o sócio morreu, e Guilherme Colgate ficou como único proprietário da fábrica.
Imediatamente ordenou que o seu guarda-livros abrisse conta corrente para o
Senhor, e que lançasse nessa conta, a décima parte de todos os lucros.
Guilherme Colgate prosperava; seus negócios cresciam. Sua família foi
abençoada. O sabão que fabricava tinha a maior aceitação e por isso enriqueceu
como jamais pensara. Começou, então, a dar ao Senhor dois décimos, e prosperou
ainda mais. Passou depois a dar três décimos, depois um quarto, e em seguida
cinco décimos. Educou sua família, completou todos os planos da sua vida e
depois deu todo o lucro ao Senhor.
É claro que a ação de pagar o
dízimo não foi anulada com a lei de Moisés. No capítulo 7 de Hebreus, vê-se que
o sacerdócio de Melquisedeque, o "Rei de Paz", ainda continua, e que
Cristo prossegue a receber dízimos em nossa época (Hebreus 7:8). O dízimo
pertence ao Senhor. O inquilino que paga o aluguel duma casa não está dando ao
proprietário um presente. Está, apenas, pagando uma dívida, e quando pagamos o
dízimo, não fazemos mais do que pagar a parte que o dono de todas as coisas
reserva para si. "Todos os dízimos da terra, ou sejam da semente da terra,
ou seja, das frutas das árvores, pertencem a Jeová: santos são a Jeová"
(Levítico 27:30). Deus é o proprietário, nós os inquilinos e não devemos,
portanto, falhar em pagar o "aluguel" que é a décima parte de nosso
salário.
Lemos ainda no mesmo lugar:
"Se alguém quiser remir uma parte dos seus dízimos, ajuntar-lhe-á uma
quinta parte" (Levítico 27:31). Isto é: se lançarmos mão da parte que
pertence a Deus, no dízimo, devemos devolvê-la à tesouraria do Senhor,
acrescentando-lhe a quinta parte. O dízimo é para o sustento daqueles que
trabalham no ministério da Palavra. Em Números 18:24, lemos que os dízimos eram
para o sustento dos levitas. Como estes não tinham herança como as outras
tribos, era-lhes facultado receber o sustento dos seus irmãos. Este é o tipo
dos que são chamados hoje por Deus, e santificados pelo Espírito Santo, a
pregar o Evangelho. Vendo-se eles sem recursos e sem emprego, o Senhor Deus
ordena acerca deles: "Os que proclamam o Evangelho, que vivam do
Evangelho" (1ª Coríntios 9:14). Os que não pagam o dízimo estão roubando a
Deus. Depois de Ele perguntar através do profeta: "Acaso roubará o homem a
Deus?" acrescenta: "Contudo vós me roubais... nos dízimos e nas
ofertas" (Malaquias 3:8). Não há governo que não exija a punição dos que
sonegam os impostos. Mas será menor crime roubar a Deus do que ao próximo? Na
vinda do Senhor, aqueles que não observam a mordomia cristã ficarão
envergonhados ao constatarem que, com os seus dízimos e ofertas, poder-se-ia
ganhar outros milhões de almas para Cristo. O não pagamento dos dízimos
acarreta terríveis consequências para o Reino de Deus. Há muitos ministros
passando necessidades; o progresso de não poucas igrejas acha-se comprometido.
A exortação do profeta continua a ser: "Trazei o dízimo todo à casa do
tesouro para que haja mantimento na minha casa" (Malaquias 3:10-12).
Não se podem empregar os dízimos
para sustentar obras de caridade, ou enviá-lo para um determinado obreiro em
particular. O que paga o dízimo não está dando de seu próprio dinheiro, mas do
que pertence ao Senhor, por isto ordena a Palavra de Deus: "Trazei o
dízimo todo à casa do Senhor" (Malaquias 3:10). O Senhor quer que o dízimo
todo seja entregue na sua casa. Compare Deuteronômio 12.11. Como acontece em
todos os mandamentos, a ordenança acerca dos dízimos faz-se acompanhar de
promessas: "Trazei o dízimo todo à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se não
vos abrir eu as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção até que não
haja mais lugar para a recolherdes. Por amor de vós reprovarei o devorador, e
ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a vossa vide perderá no campo o
seu fruto antes de tempo, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos
chamarão ditosos; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz Jeová dos
Exércitos" (Malaquias 3:10-12). O que rouba a Deus nos dízimos torna-se
pobre material e espiritualmente. Como o Senhor poderá abençoar ao que o
defrauda? Os pregadores de maior fé já provaram que o melhor conselho a dar
àqueles que não pagam suas dívidas é que comecem a pagar ao Senhor o décimo do
pouco que recebem. Deus não pode falhar na sua promessa: "Um dá
liberalmente, e se lhe acrescenta mais e mais; outro poupa mais do que é justo,
mas se empobrece" (Provérbios 11:24).
O filho de Deus que começa apagar o
dízimo fica surpreso, pelo menos com cinco coisas:
2) Como
os nove décimos, com a bênção de Deus, compram mais que os dez sem esta
bênção!
3) Como a
vida espiritual torna-se mais abundante!
4) Como é
fácil depois de pagar o dízimo ter com o que contribuir ainda mais com a Obra
de Deus!
5) Como é
concedida sabedoria ao administrador fiel para gerir os nove décimos que ficam
em suas mãos!
Como é triste morar em boa casa,
quando se sabe que a casa de Deus está em ruínas! E como é lastimoso semear
muito sem nada ceifar; comer sem se fartar, beber sem se saciar, vestir-se sem
ficar quente e receber salário só para pô-lo em saco furado. E tudo isto tem
aplicação tanto material como espiritualmente.
Os magos do oriente seguiram o
pequeno clarão da estrela, por muitos dias. Quando, por fim, contemplaram a Luz
verdadeira, movidos de profunda gratidão, abriram seus cofres e ofertaram o
melhor que tinham. O que deram não era o dízimo, mas ofertas mais que liberais,
provando que reconheciam as beneficências que recebiam de Deus. Podemos nós
aceitar a vida eterna das mãos feridas de Cristo sem lhe ofertar mais que os
poucos centavos de troco que se encontram no bolso, depois de gastarmos quase
tudo para nós mesmos?
Um homem de grandes recursos voltava do cais depois de
presenciar a saída de um navio.
Lá, encontrou-se com um conhecido que lhe disse:
- Pareces-me muito alegre.
- Sim, estou alegre. Naquele navio tenho uma elevadíssima soma
em material e aparelhos
necessários para levantar um hospital para os pobres na China.
Como é glorioso! Sinto-me muito feliz em saber de tão grande
contribuição. Tenho, também, uma oferta no navio. A minha única filha está a
bordo; viaja para a China, onde dedicará sua vida como missionária.
O rico, comovido, olhou para seu amigo e exclamou: "Meu
irmão, acho que não estou dando
nada em comparação com o teu sacrifício!".
Além de investirmos na educação e
no futuro de nossos filhos, precisamos levá-los a se dedicarem completamente ao
Reino de Deus. Caso contrário, jamais serão bem sucedidos; não pode haver sucesso,
onde o Reino de Deus e a sua justiça não são colocados em primeiro lugar. Por
que para alguns crentes torna-se tão difícil vencer a carne e contribuir à obra
de Deus?
Tomemos, pois, o exemplo das
igrejas da Macedônia: "Eles não só fizeram como esperávamos, mas deram-se
a si mesmos primeiro ao Senhor" (2ª Coríntios 8:5).
Certa
vez um valente soldado, que perdera a perna em defesa da pátria, foi
apresentado a um grande auditório. O herói foi recebido com grandes aplausos.
Quando se fez silêncio, declarou:
"Não,
isto é um erro! Eu não perdi perna, nem coisa alguma, na guerra. Entregamos
tudo o que tínhamos à pátria; o que nos restou é lucro".
Que
pensas tu, soldado cristão?
Livro:
Como preservar a família em tempos de crise – Autor:
Orlando Boyer.
Novo tema: Adaptado pelo o autor
do Blog!
Nenhum comentário:
Postar um comentário