terça-feira, 10 de maio de 2011

Extrato do Livro "Murmuradoes" - Autor: Sinomar Fernandes

Pensamentos

 Mt 12:36-37 “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado”.

A murmuração é uma atitude abominável.
Nunca ouvi dizer de um murmurador que ficasse impune.
Por isso recomendo aos meus leitores que leiam com atenção estes pensamentos:

1- O murmurador é aquele que, na tua presença te beija, mas por detrás, te apunhala.
2- O murmurador é aquele que te atrai para o escuro, pois o que vai falar não pode ser dito à luz. E fala baixinho.
3- O murmurador vê tudo sujo, mas nunca se lembra de limpar os próprios óculos.
4- O murmurador vive à caça dos defeitos alheios, mas nunca aceita falarem dos seus deméritos.
5- Quando o murmurador abre a sua boca, o diabo lhe dá munição.
6- O murmurador é aquele que hospeda alguém e lhe dá um gostosíssimo banquete; quando termina a "hospitalidade", xinga o visitante até a terceira e quarta geração.
7- O murmurador, além de ferir danosamente as pessoas, ainda impede a cicatrização da própria ferida.
8- Os murmuradores deveriam saber que, ao jogarem pedras numa árvore, podem no máximo, derrubar seus frutos e ferir as suas ramagens, mas jamais podem derrubá-la.
9- Murmurador é aquele que, não conseguindo atingir o seu alvo, procura um culpado para apedrejar, justificando assim o seu insucesso.
10-Os murmuradores de hoje não são mais engolidos pela terra, mas geralmente estão rastejando nela.

Considerações preliminares

 Fiquei convalescente por 40 dias. Fui operado para remover um pólio hemorrágico que se instalou em minhas cordas vocais, pelo fato de falar e exageradamente e sem muita técnica para fazê-lo. No mês de junho de 1996, falei mais de 100 vezes para auditórios grandes e pequenos; viajei ao exterior já sem condições de falar, e participei de várias reuniões, falando, falando e falando. Já em Goiânia, propriamente sem voz, preguei no auditório do Centro de Convenções e Cultura, num congresso da Vinde e lá, então, o som precioso da minha ferramenta de trabalho foi-se completamente. Fiquei afônico e em seguida literalmente mudo.
 Depois de operado, o médico me recomendou silêncio absoluto por 40 dias. Foi o período mais importante da minha vida. Eu não tinha a mínima idéia da importância do silêncio. Passei ouvir e observar as pessoas. Fiquei deveras surpreso: como falam! Lembrei-me das palavras do padre Manuel Bernardes: "A virtude do silêncio consiste, não em cessar o ofício da língua, mas em calar e falar a seu tempo".
 Aprendi algo maravilhoso: a alma precisa de períodos de quietude a fim de que cresça em sabedoria e estatura. É no silêncio que ouvimos o sussurro de Deus. E mais: o homem que cala e houve não dissipa o que sabe, e aprende o que ignora. Aprendi, inclusive que o silêncio é o mais satisfatório substituto da sabedoria. Foi neste período de profunda meditação que ouvi mais nitidamente a voz de Deus e a sua recomendação clara a mim: "Escreve". E na minha convalescença demorada, o Espírito do Senhor me disse coisas muito preciosas, que a seu tempo, virão a luz. Uma revelação clara dada a mim e com a expressa ordem para escrever foi esta: "Os murmuradores estorvam a caminhada vitoriosa do meu povo e emperram o mover do meu Espírito". Absorvido em minha reflexão gerei este livro para a edificação do povo de Deus.
 Não me lembro jamais de ter lido alguma obra sobre este assunto. Ora, se a murmuração foi o pecado que gerou as maiores crises no meio do povo de Israel, impedindo-o, inclusive, de tomar posse da sua herança, precisamos hoje banir do nosso meio esta prática maldita e curar os que foram afetados por este vírus de destruição.
A murmuração pode ser comparada a um câncer destruidor.
Nas Escrituras, nem Deus suportou os murmuradores.

Introdução

 Tenho notado que a discórdia entre os filhos de Deus tem sido a melhor colheita de Satanás. Deus nos recomenda servir uns aos outros - 1 Pe 4. 10. Mas o maligno tem invertido a instrução divina e dissemina a sua filosofia destruidora: Mordei uns aos outros. As escrituras afirmam: "Se vós, porém vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos" - Gl 5. 15. Destruir-nos é o alvo maior de Satanás. Se ele não pode nos vencer, procura então nos aborrecer, entristecer ou prejudicar. Está escrito:

Sl 97. 12 “Alegrai-vos no SENHOR, ó justos, e dai louvores ao seu santo nome. ”

Sl 122. 1 “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR”.

Sl 126. 3 “Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres”.

Fl 4. 4 “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos”.

Lc 10. 17 “Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria,... ”.

Jo 16. 24 “Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”.

Rm 14. 17 “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.

São centenas de passagens bíblicas que nos recomendam a alegria (há mais versos na Bíblia sobre alegria do que sobre oração), mas o que vemos em muitos lugares? Pessoas sem alegria, pessoas raivosos, rabugentas, choramingas, mal agradecidas, e caluniadoras. Estas atividades não se afinam com o ensinamento do Senhor que diz: “Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" - Mt 5. 9. Os filhos da Luz são os promotores da paz, mas muitos insistem pela guerra. Desafinam a orquestra de Deus, pois desandam a falar mal dos outros, julgando e condenando os seus atos.
Não são poucos os pastores e obreiros em geral que gastam quase que todo o seu tempo procurando reconciliar irmãos brigados, promovendo reuniões "Para colocar as coisas em prato limpo", insistindo no perdão, plantando sementes de harmonia, e assim por diante.
 É muito comum um homem de Deus, chamado para proclamar a graça salvadora e os mistérios do mundo vindouro, ver-se envolvido em verdadeiras teias de discórdia, procurando a todo custo livrar delas as vítimas da língua enganadora. São tantas inverdades, injúrias, infâmias, e espíritos facciosos que aparecem no arraial dos filhos de Deus, que ficamos a indagar: qual a fonte de tudo isto? Com que mestre aprenderam a mentira? Quem os incita a destruir a virtude, tão friamente? A resposta é uma só: Satanás. O inimigo das nossas almas tem um programa especial para, pela murmuração, impedir que a igreja cumpra o seu propósito. O time do inimigo tem seu nome: murmuradores. É gente murmurando contra o Senhor, contra os líderes, contra as pregações, contra os irmãos e, contra os pecadores, contra os familiares e assim por diante.
 Os murmuradores falam de tudo e de todos. Murmuram contra o dirigente de louvor, a esposa do pastor, os pregadores que sabem menos do que eles, o carro novo do pastor, quando não tem na igreja algo sobre o que murmurar, murmuram contra o vizinho, a oração, os governantes, o preço das mercadorias; não importa, o que vale é murmurar.
 Quem joga lama no seu semelhante, suja primeiro a própria mão. Quero lembrar aqui a escritura de Obadias, verso 15: "... o teu malfeito tornará sobre a tua cabeça". É no terreno das murmurações que nascem todas as ervas danosas que tem envenenado os corações do povo de Deus.

1 Pe 2. 1 “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências;”

 1. Quem são os murmuradores?

 Os murmuradores são aqueles que estão a serviço de Satanás. Geralmente são pessoas insatisfeitas e que não concordam com a liderança colocada sobre elas. Os murmuradores reivindicam posições, criticam projetos e julgam a obra realizada.

Jd 16 “Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros”.

A murmuração está na lista das abominações. Deus abomina o criador de intrigas e o que espalha maldade entre os irmãos, criando um clima de desconfiança entre os mesmos.

Pv 6. 16-19 “Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos”.

Os murmuradores são descontentes e caçadores de erros. Agem como se fossem os investigadores do Reino. Julgam à revelia, escancaram a boca contra os seus irmãos e líderes. Muitos decidem por esta “atividade", na casa de Deus pelo fato de não concordarem com nada do que lá é feito. São pessoas maldosas e que desconhecem qualquer princípio de bondade e autoridade. Faltam-lhes caráter e vida. São os mensageiros do inferno, que emprestam a Satanás as suas vidas. Prazerosamente, fazem chacotas, desprezam pessoas e se colocam como juízes da comunidade. Em qualquer lugar vomitam suas injúrias, denegrindo pessoas. Suas línguas são chamas de fogo que devoram, destroem e matam. Alguém disse, acertadamente que o murmurador é um tipo de "parlamentar cristão", ou seja; relaciona-se com quase todos os membros de sua comunidade, investigando e fazendo pesquisa de opinião. Ele não se cala nunca. É quase impossível alguém conseguir ser feliz quando tem um murmurador por perto, pois murmuradores estão sempre descontentes com tudo e com todos e acabam contaminando todo o ambiente. Deus condena a murmuração mais do que qualquer outro pecado, pois abre brechas no meio do arraial, tornando vulneráveis a demônios as vidas, alcançando as vidas das famílias. É de arrepiar o os cabelos pensar na abundante colheita dos que o murmuram. Simplesmente serão fulminados por outras línguas que também trabalham a serviço do "bichão". Uma das leis do plantio e da colheita é que nunca se colhe na mesma proporção do que se planta. Colhe-se muito mais.
 Quem planta amor, colha amor; quem planta misericórdia ceifará misericórdia. Quem planta contendas entre irmãos, vai colher o quê?

Mt 5. 7 “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.

Há uma curiosidade na Bíblia: Deus se manifesta sempre como um Deus perdoador, cheio de graça e de compaixão, mas não temos notícias de nem um murmurador que sobreviveu. Todos morreram pela imprudência da murmuração - pelo mau uso da língua. Nenhum dos murmuradores que saíram do Egito entrou na terra prometida.

1 Co 10. 9-10 “Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador”.

Dt 1. 26-36 “Porém vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes à ordem do SENHOR, vosso Deus. Murmurastes nas vossas tendas e dissestes: Tem o SENHOR contra nós ódio; por isso, nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus e destruir-nos. Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós, este povo é; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins. Então, eu vos disse: não vos espanteis, nem os temais. O SENHOR, vosso Deus, que vai adiante de vós, Ele pelejará por vós, segundo tudo o que fez conosco, diante de vossos olhos, no Egito, como também no deserto, onde vistes que o SENHOR, vosso Deus, nele vos levou, como um homem leva a seu filho, por todo o caminho pelo qual andastes, até chegardes a este lugar. Mas nem por isso crestes no SENHOR, vosso Deus, que foi adiante de vós por todo o caminho, para vos procurar o lugar onde deveríeis acampar; de noite, no fogo, para vos mostrar o caminho por onde havíeis de andar, e, de dia, na nuvem. Tendo, pois, ouvido o SENHOR as vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos pais, salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao SENHOR. ”

Nm 14. 29 “Neste deserto cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes”;

Quem murmura não sabe o pecado que está cometendo. Na realidade, ninguém conhece de fato as pessoas, a não ser Deus. Um Deus sonda os corações e pesa o espírito:

Pv 16. 2 “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa o espírito”.

Não conhecemos as motivações interiores de ninguém. E mesmo que alguém esteja no erro, somos recomendados a ajudar e a não julgar a quem quer que seja.

Gl 6. 1-3 “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana”.

Moisés casou-se com uma mulher incrédula, cusita e cai na língua do povo. Moisés era o representante de Deus na terra e realmente cometeu um grave erro. Mesmo assim, Deus não aceitou a acusação contra ele e puniu severamente os atrevidos. No capítulo 16 de números encontramos a história de Coré, Datã e Abirão. Que fim trágico tiveram!

Nm 16. 1-50, Nm 17. 1-10 (Leitura)

Os murmuradores são especialistas em detectar falhas nas pessoas. Se elas não existem, eles inventam. A profissão "murmurador" é terrível. Os murmuradores de hoje resistiriam a Jesus da mesma maneira que os murmuradores e do primeiro século fizeram. Eles sempre existiram e sempre existiram, e estarão sempre descontentes. O ministério de Jesus era uma afronta à religião legalística dos judeus. Todo o seu ministério de novidades e manifestações desconhecidas era um prato cheio para os detetives da religião. A murmuração é uma doença crônica. Os murmuradores são uma praga que acaba danificando a preciosa lavoura de Deus. Eles estão sempre descontentes e desanimados; não conseguem ver nada de positivo em ninguém e em lugar algum.
 Para ser murmurador basta ao alistar-se numa agência qualquer do inferno.
Não se exige curso superior, princípios ou caráter.
Basta emprestar a língua aos demônios e deixar que a inspiração venha do inferno, é lógico.

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