(Josué 24:15)
“Porém, se vos parece mal
aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses
a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa
serviremos ao SENHOR.”
Certa feita o Brasil comprou dois gramas de rádio. Apesar de sua
insignificante quantidade, este preciosíssimo metal veio acondicionado em 629
quilos de chumbo para não contaminar os que se encontrassem ao seu alcance.
Calcula-se que esses dois gramas de rádio durem pelo menos duzentos anos! De um
fragmento microscópico, colocado atrás duma chapa de metal fluorescente,
irradiam-se ininterruptas faíscas. Mesmo submerso no frio intenso do hidrogênio
liquefeito, não cessa de dispender luz e calor. A radioatividade é contínua.
Aquele que criou o rádio quer que todos os seus filhos também tenham
vida em abundância, vida que emita luz e calor ininterruptos num mundo que está
cheio de incredulidade. O Senhor Jesus assim vivia. Não se podia esconder do
povo, nem quando entrava em casa querendo que o ignorasse (Marcos 7:24).
Transbordava de virtude. Bastava aos doentes tocarem nas fímbrias de suas
vestes para que fossem curado.
Semelhantemente, a vida de Jesus não é para aquele que se sente tentado
a dizer: "Não posso achar tempo para o culto doméstico, nem para a oração
ou para a leitura da Bíblia". Apesar de tantas ocupações, sempre há os que
vencem para seguir o exemplo de Moisés, Daniel e outros homens que foram
poderosos em oração. O que dizer do amado Salvador que, embora estivesse
constantemente ocupado com as multidões, mantinha permanente contato com o Pai?
A vida espiritual, que emite luz e calor ininterruptos, como na ilustração do
rádio, também não é para os que, formalmente, se limitam a orar, ler a Bíblia,
pagar os dízimos etc. Mas para os que fazem tudo isto com espírito de
verdadeira adoração. Disse certa moça quando lhe pediram que explicasse o
sentido da leitura devocional da Bíblia: "Recebi ontem uma carta de alguém
a quem tenho entregado o meu coração, e devotado toda a minha vida. Confesso
que li a carta cinco vezes, não porque não a entendesse à primeira leitura, nem
porque pensasse em ganhar o favor do autor por meio da leitura repetida da sua
epístola. Li-a porque estou devotada a quem me escreveu''. A leitura da Bíblia,
feita com este motivo, é devocional; para quem a lê neste espírito é, em todos
os sentidos, uma carta de amor. Essa moça tinha razão. E impossível alcançar o
alvo de orar todas as manhãs, fazer o culto doméstico diário, dedicar o domingo
a Deus e levar almas ao Salvador, sem a unção do Espírito Santo. A unção é como
o óleo na máquina pesada e seca; é como a energia elétrica no fio ligado ao
bonde. Segue-se, portanto, que devemos pedir o Espírito Santo antes de tudo (Lucas
11:12, Atos 8:15, Efésios 5:18, Lucas 24:49 e Atos 1:8).
Pode-se comparar a nossa radioatividade espiritual, não só ao metal acima
citado (rádio), mas ao próprio receptor do mesmo nome. Ninguém se engana ao
ouvir um programa de rádio, pensando que a música e os discursos vêm da
sabedoria e aptidões do aparelho, pois todos sabem que vêm dos profissionais
que, perante o microfone, dão vida aos nossos receptores. Da mesma forma, temos
de esperar poder e eloquência própria do crente. Certo homem, que foi ouvir
Hudson Taylor, conta como ficou desapontado quando o famoso, porém humilde
missionário levantou-se para falar. Era de baixa estatura, aparência comum e
falava com voz fina e alta. Mas o ouvinte desapontado, subitamente achou-se na presença
de Deus. O missionário desprezível o levara para os "lugares
celestiais". Mas, por que nem todos os crentes estão cheios de energia, transmitindo
música e mensagens como o rádio? É porque, como o rádio não tem sempre o
coração sintonizado com o posto emissor de Deus. As irradiações do coração de
Deus são ininterruptas, mas o nosso coração, receptor, não as percebe.
"Enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18), só pode significar preparar o
coração para receber estas ondas espirituais do céu.
Quando o general Booth foi interrogado acerca de seu poder, respondeu:
"Vou dizer-vos o segredo. Deus tem tudo o que há em mim. Há homens com
mais mentalidade do que eu, homens com oportunidades maiores, porém, desde o
dia que senti na alma a condição dos pobres de Londres, e foi-me revelado o que
Jesus Cristo pode fazer-lhes, resolvi que Deus havia de possuir tudo o que há
em mim. E se houvesse alguma coisa de poder no Exército de Salvação, é porque
Deus recebia toda a adoração da minha alma, toda a força da minha vontade para
com Ele, e toda a influência da minha vida".
Tudo é questão de nos entregarmos inteiramente ao Espírito Santo. Conta-se
que Mendelssohn, certa vez, entrou na grande catedral de Friburgo, onde estava
o maior órgão do continente. Então rogou ao velho zelador que o deixasse tocar
o órgão. Não, o instrumento é de tanto valor que é proibido aos estranhos
tocá-lo. - Mas, eu não o estragarei, e o senhor pode ficar ao meu lado,
retrucou Mendelssohn. O velho, por fim, cedeu, e Mendelssohn subiu, sentou-se e
começou a passar as mãos sobre as teclas. Do grande órgão saíram tão doces
melodias e tão raras harmonias que o velho zelador ficou encantado e exclamou:
- Ora, quem é o senhor?!
- Meu nome é Mendelssohn.
- E eu não queria que Mendelssohn, o grande mestre de música, tocasse
no órgão...! disse o
velho.
Quantas discórdias findariam, quantas desarmonias cessariam nas nossas
vidas, e quantos ficariam encantados com o poder divino, se deixássemos as mãos
do Espírito Santo tocar as
teclas de nossa vida!?
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