Os
registros da história do povo hebreu e de seu relacionamento com Deus foi
escrito por escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas. Foram mantidos e
guardados sendo possível realizar cópias e mais cópias. Esse procedimento era adotado
devido à tamanha importância que o povo hebreu dava a sua cultura e a sua
relação com Deus passando de geração para geração. Os primeiros registros foram
feitos em papiro passando depois para pergaminhos, pois eram materiais mais
fortes em sua resistência. A atuação dos copistas que se reuniam para copiar os
textos sagrados junto com os escribas permitiu dar continuidade ao processo da
formação da Bíblia. Vale ressaltar que sem a ação do Espírito Santo nada disso
seria possível, pois não se encontra erros grosseiros nestes textos. Se o
encontrassem, a revelação de Deus seria desacreditada.
Quando a arqueologia provou que a escrita já era
conhecida em 1500 antes de Cristo as argumentações dos muitos céticos que
afirmavam que Moisés não poderia ter escrito a primeira parte da Bíblia foi
desmentida. Os sumérios, egípcios e babilônicos já escreviam em torno de 4000
antes de Cristo. No início a base da escrita era bem arcaica, pois as representações eram
diretas do sentido das palavras por
sinais gráficos. O alfabeto criado pelos os fenícios foi substituído por uma
adaptação para o hebraico para escrever o Velho Testamento. Após o cativeiro
babilônico o hebraico começou a ficar em desuso e surgiu a prevalência do
aramaico ficando em evidência até o tempo de Jesus. É importante dizer que o
Velho Testamento não foi copiado na íntegra neste idioma permanecendo em hebraico
sendo acrescidos poucos trechos em aramaico.
Os massoretas
trouxeram as vogais (sinais vocálicos) o que permitiu a língua hebraica não
perder a sua pronúncia e também preservar os textos até hoje. Em longos
pergaminhos de pele de cabra foram escritos os Livros do Velho Testamento. Os
escribas tinham o cuidado de copiá-los separadamente, embora o Pentateuco fosse
copiado em dois grandes pergaminhos.
No Novo Testamento os
primeiros manuscritos que chegaram a nós foi algumas cartas do Apóstolo Paulo
destinado a pequenos grupos de pessoas de diversos povoado por onde ele passou
pregando a Palavra de Deus. Após as primeiras formações de comunidades cristãs
por Paulo iniciaram-se as cópias de suas cartas e divulgadas amplamente, pois
se tratava de um valor inestimável. De forma semelhante os manuscritos foram
distribuídos com intenção de ensinar os novos convertidos e culminando na
formação dos Evangelhos. A primeira vez em que o Velho e Novo Testamento foi
apresentado num único volume chamado Bíblia, possivelmente, foi na época em que
o Cristianismo foi decretado a única religião do Império Romano de Eusébio de
Cesaréia (263-340 d.C.). Um grande passo foi dado na preservação das Escrituras
Sagradas quando foi mostrado a Teodósio que os escritos estavam deteriorados e
50 cópias foram pedidas por Eusébio de Cesaréia.
Devido ao fato de que
judeus que viviam no Egito não compreendiam mais a língua hebraica, o Velho
Testamento foi traduzido para o grego aproximadamente entre 200 a 300 anos
antes de Cristo. A esta tradução denominamos de Septuaginta (ou Tradução dos
Setenta feitas por 70 sábios). Nessa tradução foram incluídos sete livros
chamados apócrifos ou deuterocanônicos por não serem considerados canônicos e estão
presentes em algumas bíblias. Ela foi utilizada em sinagogas no Mediterrâneo
sendo um grande instrumento utilizado pelos os primeiros discípulos de Jesus na
divulgação dos ensinamentos de Deus.
Dentre as traduções
que começaram a ser realizada para outros idiomas, a tradução para o latim foi
a mais importante de todas as línguas e em 382 depois de Cisto foi nomeado o
bispo de Roma o exegeta Jerônimo para fazer a tradução “oficial” das Escrituras
devido ao fato de existir outras traduções insatisfatórias. A tradução de
Jerônimo ficou conhecida como “Vulgata”, ou seja, escrita em língua de pessoas
comuns (“vulgos”) e foi escrita em latim. Neste formato houve expansão para
regiões do Mediterrâneo, norte da Europa, ilhas Britânicas, Irlanda, Escócia e
Inglaterra. Notório saber que em 1228 um professor parisiense chamado Estêvão
Langton tornou-se Arcebispo de Canterbury foi ele que dividiu a Vulgata em
capítulos. Posteriormente em 1551 um editor chamado Estefânio publicou um texto
dividido em versículos. O que deu base para a divisão que conhecemos hoje.
Com a criação da impressa na Alemanha no século
XV quando Johann Gutenberg criou uma máquina que utilizava tipos metálicos
móveis pata imprimir textos em papéis, abriu-se as fronteiras para expansão da
Bíblia. O primeiro exemplar foi a Bíblia em Latim (Vulgata) e posteriormente
foram feitas em outras línguas. Atualmente temos a Bíblia em mais de 2.000
idiomas e um mérito deve ser dado as Sociedades Bíblicas Unidas espalhadas pelo
o mundo que fazem um trabalho excepcional na tradução e impressão. No Brasil
temos o notável trabalho desenvolvido pela a Sociedade Bíblica do Brasil.
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