segunda-feira, 18 de novembro de 2024

TRÊS QUALIFICAÇÕES DO CONSELHEIRO EFICAZ

 


O que faz de alguém um bom conselheiro? Num estudo de quatro anos conduzido com pacientes hospitalizados e vários conselheiros, foi descoberto que os pacientes melhoravam quando seus terapeutas mostravam um nível elevado de cordialidade, sinceridade e compreensão empática correta. Quando faltavam essas qualidades ao conselheiro, os pacientes pioravam. Essas primeiras descobertas foram apoiadas por pesquisas subsequentes tanto com pacientes como com aconselhados não hospitalizados. As qualificações do conselheiro são de tal importância que vale a pena considerá-las em mais detalhe:

1. CORDIALIDADE

Este termo implica em cuidado, respeito ou preocupação sincera, sem excessos, pelo aconselhado — sem levar em conta seus atos ou atitudes. Jesus mostrou isto quando se encontrou com a mulher junto ao poço. As qualidades morais dela talvez deixassem a desejar, e ele certamente jamais aprovou o comportamento pecaminoso; mas, mesmo assim, Jesus respeitou a mulher e a tratou como pessoa de valor.  

2. SINCERIDADE

O conselheiro sincero é "real" — uma pessoa aberta, franca, que evita o fingimento ou uma atitude de superioridade. A sinceridade implica em espontaneidade sem irreflexão e honestidade sem confrontação impiedosa. Isto significa que o ajudador é profundamente ele ou ela mesmo — não sendo do tipo que pensa ou sente uma coisa e diz algo diferente.

3. EMPATIA

Como o aconselhado pensa? Como ele se sente na verdade por dentro? Quais os valores, crenças, conflitos íntimos e mágoas do aconselhado? O bom conselheiro mostra-se sempre sensível a essas questões, capaz de entendê-las e comunicar eficazmente essa compreensão (por palavras ou gestos) ao aconselhado. Esta capacidade de "sentir com" o aconselhado é o que queremos dizer com compreensão empática correta. É possível ajudar as pessoas, mesmo quando não entendemos completamente, mas o conselheiro que consegue enfatizar (especialmente no início do aconselhamento) tem mais probabilidade de tomar-se um ajudador eficaz de pessoas.

 

 Fonte: Curso de Clínica Pastoral (IBADERJ)

 (Parte 4) Acompanhe as demais postagens.

 


domingo, 10 de novembro de 2024

A Declaração de Cambridge

 


As igrejas evangélicas de hoje estão cada vez mais dominadas pelo espírito deste século em vez de pelo Espírito de Cristo. Como evangélicos, nós nos convocamos a nos arrepender desse pecado e a recuperar a fé cristã histórica.

No decurso da História, as palavras mudam. Na época atual isso aconteceu com a palavra evangélico. No passado, ela serviu como elo de união entre cristãos de uma diversidade ampla de tradições eclesiásticas. O evangelicalismo histórico era confessional. Acolhia as verdades essenciais do Cristianismo conforme definidas pelos grandes concílios ecumênicos da Igreja. Além disso, os evangélicos também compartilhavam uma herança comum nos "solas" da Reforma Protestante do século 16.

Hoje, a luz da Reforma já foi sensivelmente obscurecida. A conseqüência foi a palavra evangélico se tornar tão abrangente a ponto de perder o sentido. Enfrentamos o perigo de perder a unidade que levou séculos para ser alcançada. Por causa dessa crise e por causa do nosso amor a Cristo, seu evangelho e sua igreja, nós procuramos afirmar novamente nosso compromisso com as verdades centrais da reforma e do evangelicalismo histórico. Nós afirmamos essas verdades e não pelo seu papel em nossas tradições, mas porque cremos que são centrais para a Bíblia.

SOLA SCRIPTURA: A Erosão da Autoridade

Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual fez separação entre a Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes tem mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.

Em lugar de adaptar a fé cristã para satisfazer as necessidades sentidas dos consumidores, devemos proclamar a Lei como medida única da justiça verdadeira, e o evangelho como a única proclamação da verdade salvadora. A verdade bíblica é indispensável para a compreensão, o desvelo e a disciplina da igreja.

A Escritura deve nos levar além de nossas necessidades percebidas para nossas necessidades reais, e libertar-nos do hábito de nos enxergar por meio das imagens sedutoras, clichês, promessas e prioridades da cultura massificada. É só à luz da verdade de Deus que nós nos entendemos corretamente e abrimos os olhos para a provisão de Deus para a nossa sociedade. A Bíblia, portanto, precisa ser ensinada e pregada na igreja. Os sermões precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensino, não a expressão de opinião ou de idéias da época. Não devemos aceitar menos do que aquilo que Deus nos tem dado.

A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em formas que independem da Escritura. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da verdade.

Tese 1: Sola Scriptura

Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.

Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.

SOLO CHRISTUS: A Erosão da Fé Centrada em Cristo

À medida que a fé evangélica se secularizou, seus interesses se confundiram com os da cultura. O resultado é uma perda de valores absolutos, um individualismo permissivo, a substituição da santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro de nossa visão.

Tese 2: Solo Christus

Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.

Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.

SOLA GRATIA: A Erosão do Evangelho


A Confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta falsa confiança enche hoje o mundo evangélico – desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e da prosperidade, desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores e aqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona. Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas.

A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.

Tese 3: Sola Gratia

Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.

Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.

SOLA FIDE: A Erosão do Artigo Primordial

A justificação é somente pela graça, somente por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Este é o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai. É um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, ou por vezes até negado por líderes, estudiosos e pastores que professam ser evangélicos. Embora a natureza humana decaída sempre tenha recuado de professar sua necessidade da justiça imputada de Cristo, a modernidade alimenta as chamas desse descontentamento com o Evangelho bíblico. Já permitimos que esse descontentamento dite a natureza de nosso ministério e o conteúdo de nossa pregação.

Muitas pessoas ligadas ao movimento do crescimento da igreja acreditam que um entendimento sociológico daqueles que vêm assistir aos cultos é tão importante para o êxito do evangelho como o é a verdade bíblica proclamada. Como resultado, as convicções teológicas freqüentemente desaparecem, divorciadas do trabalho do ministério. A orientação publicitária de marketing em muitas igrejas leva isso mais adiante, apegando a distinção entre a Palavra bíblica e o mundo, roubando da cruz de Cristo a sua ofensa e reduzindo a fé cristã aos princípios e métodos que oferecem sucesso às empresas seculares.

Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos a verdade estão esvaziando-a de seu conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.


Tese 4: Sola Fide

Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.

Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.

SOLI DEO GLORIA: A Erosão do Culto Centrado em Deus


Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, o­nde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.

Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.


Tese 5: Soli Deo Gloria


Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.

Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.


Um Chamado ao Arrependimento e à Reforma

A fidelidade da igreja evangélica no passado contrasta fortemente com sua infidelidade no presente. No princípio deste mesmo século, as igrejas evangélicas sustentavam um empreendimento missionário admirável e edificaram muitas instituições religiosas para servir a causa da verdade bíblica e do reino de Cristo. Foi uma época em que o comportamento e as expectativas cristãs diferiam sensivelmente daquelas encontradas na cultura. Hoje raramente diferem. O mundo evangélico de hoje está perdendo sua fidelidade bíblica, sua bússola moral e seu zelo missionário.

Arrependamo-nos de nosso mundanismo. Fomos influenciados pelos "evangelhos" de nossa cultura secular, que não são evangelhos. Enfraquecemos a igreja pela nossa própria falta de arrependimento sério, tornamo-nos cegos aos pecados em nós mesmo que vemos tão claramente em outras pessoas, e é indesculpável nosso erro de não falar às pessoas adequadamente sobre a obra salvadora de Deus em Jesus Cristo.

Também apelamos sinceramente a outros evangélicos professos que se tenham desviado da Palavra de Deus nos assuntos discutidos nesta declaração. Incluímos aqueles que declaram haver esperança de vida eterna sem fé explícita em Jesus Cristo, os que asseveram que quem rejeita a Cristo nesta vida será aniquilado em lugar de suportar o juízo justo de Deus pelo sofrimento eterno e os que dizem que os evangélicos e os católicos romanos são um em Jesus Cristo, mesmo quando a doutrina bíblica da justificação não é crida.

A Aliança de Evangélicos Confessionais pede que todos os crentes deem consideração à implementação desta declaração no culto, ministério, política, vida e evangelismo da igreja.

Em nome de Cristo. Amém.


Aliança de Evangélicos Confessionais.
Cambridge, Massachusetts
20 de abril de 1996.

 Fonte: https://editorafiel.pt/pt/noticias/a-declaracao-de-cambridge1996


sábado, 9 de novembro de 2024

AS NECESSIDADES HUMANAS (ÁREA DE ACONSELHAMENTO)

 


A Bíblia é recheada de exemplos de necessidades humanas. Através de suas páginas lemos a respeito de: • Solidão • Desânimo • Dúvida • Tristeza • Inveja • Violência • Pobreza • Doença • Tensão interpessoal • Diversos outros problemas pessoais — algumas vezes manifestados na vida dos homens e mulheres mais consagrados.

EXEMPLO DE JÓ

Ele era um homem piedoso, conhecido, rico e grandemente respeitado por seus contemporâneos. De repente as coisas mudaram. Jó perdeu toda a sua riqueza. Sua família inteira morreu exceto sua mulher que, sob pressão, mostrou-se queixosa e implicante. Ele perdeu a saúde, os amigos pouco o ajudaram e Deus deve ter-lhe parecido muito remoto.

Veio então Eliú, um jovem que deu atenção às palavras de Jó e o ouviu falar de suas dificuldades. Eliú criticou os que haviam censurado e oferecido conselhos numa tentativa de ajuda. Ele mostrou aceitação e interesse, uma disposição humilde de nivelar-se a Jó (sem uma atitude negativa de parecer "mais santo do que tu"), coragem para confrontar, e o desejo firme de dirigir o aconselhado a Deus que é o único soberano no universo. Eliú foi o único conselheiro que prestou auxilio. Ele teve êxito onde os três outros haviam falhado.

CONSELHEIROS INEFICAZES

Há vários anos atrás, um ex-presidente da Associação Americana de Psicologia calculou que ainda hoje, três entre cada quatro conselheiros são ineficazes. A proporção cresceu levemente segundo as descobertas de escritores mais recentes que estudaram a eficácia do aconselhamento. De acordo com esta pesquisa, podemos estar "bem certos" de que dois dentre cada três praticantes são ineficientes e até prejudiciais; desperdiçando energia, dedicação e cuidado.

CONSELHEIROS EFICAZES

Existem, porém conselheiros bem sucedidos, cujo aconselhamento é grandemente eficaz. Essas pessoas são caracterizadas por uma personalidade que irradia compreensão, sinceridade e aptidão para confrontar de maneira construtiva. Esses conselheiros são também hábeis na aplicação de técnicas que estimulam os aconselhados a se dirigirem para alvos terapêuticos específicos. Iniciaremos este capítulo com uma consideração desses alvos de aconselhamento, discutindo as qualificações de um ajudador eficaz, resumindo algumas técnicas básicas de aconselhamento, dando uma breve visão geral do processo de aconselhamento e concluindo com um exame das tarefas para casa ligadas ao processo em questão.

 

 Fonte: Curso de Clínica Pastoral (IBADERJ)

 (Parte 3) Acompanhe as demais postagens.

 


sábado, 2 de novembro de 2024

A PSICOLOGIA NA ÁREA DO ACONSELHAMENTO

 


A fim de aumentar a eficácia no aconselhamento, muitos líderes de igreja têm procurado as opiniões de psicólogos e outros profissionais que cuidam da saúde mental. A psicologia é naturalmente um campo de estudo altamente complexo e popular hoje em dia, tratando tanto do comportamento animal como humano.

 O estudante universitário que faz um curso introdutório à psicologia geral encontra com frequência uma porção de estatísticas, termos técnicos e "dados científicos" sobre inúmeros tópicos aparentemente sem importância. Os cursos em nível de seminário sobre o aconselhamento pastoral tendem a ser mais relevantes e concentrados nas pessoas. Mesmo assim o estudante talvez se perca num labirinto de teorias e técnicas pouco proveitosas quando se depara com um ser humano confuso e sofrendo.

 

PSICOLOGIA – O ESTUDO DO COMPORTAMENTO HUMANO


Como um campo de estudo, a psicologia científica tem cerca de 100 anos de idade. Durante o século passado, Deus permitiu que os psicólogos desenvolvessem instrumentos de pesquisa para o estudo do comportamento humano e publicações profissionais para apresentarem suas descobertas. Centenas de milhares de pessoas buscaram ajuda e os conselheiros profissionais aprenderam o que faz as pessoas reagirem e como podem mudar. Nosso conhecimento está longe de ser completo e perfeito, mas a pesquisa psicológica cuidadosa e a análise de dados levaram a um vasto reservatório de conclusões sabidamente úteis aos aconselhados e a quem quer que se disponha a ajudar eficazmente as pessoas. Até mesmo os que querem por de lado o campo da psicologia, usam frequentemente termos psicológicos em seus escritos e técnicas de origem psicológica em seu aconselhamento.

 

Fonte: Curso de Clínica Pastoral (IBADERJ)

 (Parte 2) Acompanhe as demais postagens.


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

A IGREJA E O ACONSELHAMENTO



INTRODUÇÃO

Algum tempo atrás um pastor escreveu um artigo provocante sob o título, "O Aconselhamento é Uma Perda de Tempo". Frustrado pelo seu pouco êxito no aconselhamento, o escritor queixou-se de gastar “horas e mais horas”... falando ad infinitum com grande número de pessoas que simplesmente não seguem seus “conselhos pastorais”.

O líder da igreja foi suficientemente sincero para reconhecer que seu insucesso talvez resultasse do fato dele não ter as qualificações necessárias para aconselhar com eficácia. Concordou também que existe lugar para discussões doutrinárias e bíblicas entre um ministro e um membro, para falar sobre o casamento com os que estão se aproximando do altar, ou para ministrar pessoalmente aos doentes e aos que sofrem. Mas concluiu que não há lugar para "o aconselhamento pastoral tradicional tão pouco produtivo".

Uma conclusão semelhante foi expressa recentemente pelo presidente de uma faculdade quando afirmou que "a única razão dos pastores aconselharem é com o intuito de desempenhar o papel de psiquiatras e alimentar o seu ego de maneira pouco saudável". Os pastores devem restringir-se à pregação e evitar o aconselhamento, afirmou o educador em questão, sem lembrar-se aparentemente de que a pregação pode também incentivar o ego e que os motivos pouco sadios tendem a anuviar qualquer atividade, e não apenas o aconselhamento. Ao continuarmos nossa discussão, ele não disse como um pastor ou outro líder da igreja poderia ministrar às pessoas, cuidar de suas necessidades e mesmo assim evitar ajudá-las numa base individual ou em grupos pequenos.

Em um de seus primeiros livros Wayne Oates escreveu a este respeito com surpreendente clareza:

• O pastor, sem levar em conta o seu treinamento, não tem o privilégio de escolher se irá ou não aconselhar o seu povo. Eles inevitavelmente levam-lhe os seus problemas, a fim de obter orientação e cuidado. Não é possível evitar tal coisa caso permaneça no ministério pastoral. A sua escolha não é feita entre aconselhar ou não aconselhar, mas entre aconselhar de maneira disciplinada e hábil ou aconselhar de modo indisciplinado e inábil.

 

 

Fonte: Curso de Clínica Pastoral (IBADERJ)

(Parte 1) Acompanhe as demais postagens. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Vinte e cinco centavos

 





          Alguns anos atrás, um pregador mudou-se para Houston, Texas/EUA.

Poucos dias depois que chegou, teve que ir de ônibus de sua casa até o
centro da cidade.
Quando sentou, descobriu ter recebido 25 centavos a mais no troco
pelo que pagara pela passagem.
Considerando o que devia fazer, pensou:
É melhor devolver os 25 centavos. Seria errado mantê-lo.
Então ele pensou:
- Oh! Esquece, apenas 25 centavos.
Quem se preocuparia por quantia tão pequena?
Além do mais, a empresa de ônibus já tem bastante; nunca sentirão
falta.
Aceite-o como um presente e fique quieto.
Quando chegou ao ponto onde desceria do ônibus, parou momentaneamente
na porta, então entregou a moeda ao motorista e disse:
Tome, você me deu troco a mais.
O motorista, com um sorriso, respondeu,
- Você não é o novo pregador?
Eu tenho pensado sobre ir lhe ouvir. Eu queria apenas ver o que você
faria se eu lhe desse troco a mais.
Quando nosso amigo saiu ônibus, agarrou-se literalmente ao poste mais
próximo, e disse:


Oh! meu Deus me perdoe! Eu quase vendi seu filho por vinte e cinco centavos!

terça-feira, 15 de outubro de 2024

A embalagem de Deus

 


Um jovem, filho de família abastada, estava para se formar e já havia muitos meses ele vinha "namorando" um lindo carro esporte no showroom de uma revenda de automóveis. Sabendo que o pai podia arcar muito bem com aquela despesa, disse a ele que o carro era sem dúvida alguma tudo aquilo com que sonhava.

E como se aproximava o dia da formatura, o pai chamou o rapaz na sala de estar da casa onde moravam e demonstrou o quanto estava orgulhoso por Ter um filho bondoso, obediente e amoroso com ele. E então entrou ao jovem uma caixa de presente lindamente embalada. Curioso e de certa forma desapontado, o filho abriu a caixa e encontrou uma Bíblia de capa de ouro, com o nome dele gravado em ouro! Frustrado, ele levantou a voz para o pai e disse:

- Como todo o dinheiro que você tem, você me dá uma bíblia? – e com grande indignação deixou a casa.

Muitos anos se passaram e o jovem se tornou um importante homem de negócios. Certo dia, ao perceber que seu pai já estava idoso, resolveu ir visitá-lo. Ele não via o pai desde o dia da formatura e isso, de alguma forma, havia deixado nele algo que sempre o fazia entristecer-se e, portanto havia se decidido pela reconciliação. Não havia mais tempo a perder! Mas entes que ele pudesse finalizar os preparativos para a viagem, recebeu um telegrama informando-o de que o pai havia morrido e deixado todas as posses em testamento para o filho. E que ele precisava ir imediatamente para a casa do pai e cuidar de tudo.
Quando ele chegou na casa do pai, a tristeza e o arrependimento invadiram o coração dele. Começou então a remexer os documentos mais importantes do pai e viu a Bíblia, ainda nova, exatamente como ele havia deixado anos atrás.

Com o rosto banhado em lágrimas, ele abriu a Bíblia começou a folheá-la e então percebeu que o pai havia sublinhado cuidadosamente um versículo do Sermão da Montanha, em Mateus 7:11, e leu-o com atenção:
"Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?"

E enquanto ele lia estas palavras, uma chave de carro caiu de trás da Bíblia. Ele tinha etiqueta com o nome da revenda, a mesma revenda que tinha o carro esporte que ele tanto sonhava. Na etiqueta constavam a data da formatura e as palavras: "Liquidado, completamente pago”.
Quantas vezes nós perdemos as bênçãos de Deus porque elas não vêm "embaladas" como nós esperamos?

Pense nisso!


sábado, 12 de outubro de 2024

Aula: 8 - Sola Scriptura - O Princípio Formal da Reforma

 




Que aula tremenda!

Recomendo visitar o site: https://app.ministeriofiel.com.br e de forma gratuita ter acesso a alguns cursos que edificarão a sua caminhada cristã. Vale a pena! Recomendo.

Introdução dessa aula:

No século XVI, os reformadores se posicionaram contra a reivindicação da Igreja de Roma de que a mesma detinha a exclusividade na interpretação e transmissão das Escrituras. Para a Igreja Católica, Deus havia "entregue" a fé não aos santos, mas ao magistrado, e os reformadores se opuseram a este entendimento.

Dentre aqueles que sustentaram o Sola Escriptura, Lutero talvez seja o mais famoso deles, afirmando publicamente a clareza das Escrituras e, portanto, a necessidade de examiná-las sem o cabresto de uma instituição autorizada e infalível. Lutero havia entendido que as verdades que saltam das Escrituras deveriam ser submetidas aos critérios da razão e de uma consciência submissa a Cristo.

Nesta aula, veremos um pouco de como foi que o Sola Scriptura se estabeleceu, mesmo diante de grande e organizada oposição