À medida que a
população tem acatado a quarentena, na tentativa de achatar a curva de afetados
pela Covid-19, outro (velho) desafio aponta no contexto de isolamento social.
Indicadores de violência de alguns estados, sobretudo a doméstica, aumentaram
logo após terem sido estabelecidas restrições de deslocamento a espaços
públicos e privados por causa da pandemia.
Somente no Paraná, por
exemplo, houve um aumento de 15% nos registros de violência doméstica atendidos
pela Polícia Militar no primeiro fim de semana de isolamento. No Rio de
Janeiro, a incidência foi ainda mais expressiva: os números cresceram em 50%.
A violência doméstica
é, no entanto, apenas parte da esteira do contexto atual que envolve, entre
outras coisas, o aumento de denúncias de violação de direitos humanos, por
exemplo. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MMFDH), foram registradas 1,3 mil queixas dessa natureza de 14 a 24 de março.
“O isolamento social
imposto recentemente é, na verdade, um fenômeno comum e que frequentemente está
ligado a situações de violência doméstica", explica a professora doutora
Valéria Ghisi, coordenadora do Projeto Vidora (Violência Doméstica e
Relacionamentos Abusivos) do curso de Psicologia da Universidade Positivo (UP).
"O agressor tende a isolar socialmente a vítima, e a casa onde isso ocorre
é tida por muitos como um espaço aonde os olhos dos outros não chegam. O
coronavírus apenas potencializou a questão".
O apontamento da
especialista é corroborado por dados de segurança pública, que dão conta de que
a incidência de violência doméstica é ainda maior nos fins de semana, quando,
em grande parte, famílias permanecem em casa.
Por violência
doméstica, compreende-se qualquer tipo de violência ocorrida dentro do âmbito
familiar. Mulheres, homens, idosos, crianças e funcionários podem ser vítimas.
Leia mais em:
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/coronavirus-denuncias-de-violencia-domestica-aumentam-e-expoem-impacto-social-da-quarentena/
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