quarta-feira, 6 de outubro de 2021

O código de ética do conselheiro cristão


     

        A maioria das organizações de aconselhamento profissional (tais como a Associação Americana de Psicologia ou a Associação Americana de Orientação e Pessoal) desenvolveu códigos éticos para orientar os conselheiros nas decisões morais e proteger o público de práticas que não sejam éticas. No geral, os profissionais cristãos buscam cumprir esses códigos éticos, mas, desde que consideramos a Bíblia como a Palavra de Deus, as Escrituras se tornam o padrão final ao tomarmos todas as nossas decisões morais.

     O conselheiro cristão respeita cada indivíduo como uma pessoa de valor, criada por Deus à imagem divina, manchada pela queda da humanidade no pecado, mas amada por Deus e objeto da redenção divina. Cada pessoa possui sentimentos, pensamentos, vontade e liberdade para comportar-se como achar adequado. Como um ajudador de pessoas, o conselheiro busca sinceramente o melhor para o bem-estar do aconselhado e não tenta manipular ou imiscuir-se na vida do mesmo. Como servo de Deus, o conselheiro tem a responsabilidade de viver, agir e aconselhar de acordo com os princípios bíblicos. Como empregado, ele tenta cumprir as suas responsabilidades e executar seus deveres com fidelidade e competência. Como cidadão e membro da sociedade, busca obedecer às autoridades governamentais e contribuir para o bem da Clínica Pastoral.

Quando não existem conflitos entre essas suposições e valores, o trabalho do conselheiro pode prosseguir tranquilamente. Os problemas éticos surgem quando há conflito de valores e decisões diferentes devem ser tomadas. Muitas, embora não todas, dessas decisões envolvem questões confidenciais. Considere, por exemplo, o seguinte:

 • Um aconselhado confessa ter infringido a lei ou que pretende prejudicar alguém. Você conta à polícia ou à vítima em potencial?

• A filha de um líder da igreja revela estar grávida e que pretende fazer um aborto. O que você faz com esta informação?

• Um jovem vem pedir-lhe ajuda, a fim de obter maior autoconfiança com as mulheres de modo a poder encorajar suas amiguinhas a terem intercurso sexual com ele. Qual a sua responsabilidade como conselheiro, desde que considera errado o sexo pré-conjugal?

¨ Um aluno formado pelo seminário que está buscando empregar-se como pastor, revela no aconselhamento que é um homossexual ativo. Como membro da igreja você revela isto ou não diz nada ao preencher um formulário de recomendação?

O conselheiro tem a obrigação de manter em segredo as informações confidenciais, a não ser quando haja risco para o bem-estar do aconselhado ou de outra pessoa. Em tais ocasiões, o aconselhado deve ser orientado no sentido de transmitir a informação diretamente às pessoas envolvidas (polícia, empregadores, pais, etc.), e em regra gerais, a informação não deve ser divulgada pelo conselheiro sem conhecimento do paciente. Além disso, o conselheiro deve abster-se de administrar ou interpretar testes, dar conselhos médicos ou legais, ou oferecer quaisquer serviços para os quais não esteja treinado nem qualificado. 

Em toda decisão moral o conselheiro procura agir de modo a dar honra a Deus, manter-se conforme o ensino bíblico e respeitar o bem-estar do consulente e de outros. Quando decisões diferentes precisam ser tomadas, os conselheiros têm a obrigação de discutir a situação confidencialmente com um ou dois conselheiros cristãos e/ou especialistas, tais como um advogado ou médico que não precisam saber a identidade do aconselhado, mas que podem auxiliar nas decisões éticas. Tais decisões não são fáceis, mas o conselheiro cristão obtém o máximo de fatos possível (inclusive dados bíblicos), confiando sinceramente em que Deus irá orientá-lo, e em seguida toma a decisão mais sábia possível baseada na melhor evidência a seu dispor.



Fonte: IBADERJ (Curso de Clínica Pastoral)

 

 

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