Quando a fé se deixa manipular, pessoas viram presas
fáceis de toda sorte de abuso. A confiança autêntica e sincera em Deus é
gradualmente substituída pela submissão acrítica aos desmandos de lideranças
despreparadas. Carentes de acolhimento são habilmente capturados pela
manipulação emocional de líderes medíocres de plantão e ambos seguem de braços
dados experimentando religiosidade fútil e meritória, barganhando a todo
momento com Deus.
Por ser uma religiosidade descaracterizada da adoração
sincera, mais cedo ou mais tarde o castelo de cartas desmorona deixando feridas
abertas pelo caminho. É esta relação doentia que a jornalista Marília Camargo
desvenda em seu primeiro livro. Uma reportagem que avança pelos meandros da
igreja evangélica brasileira liderada em boa medida por pessoas embevecidas
pelo próprio poder de manipular e escravizar aqueles pelos quais Cristo morreu.
Ao
lidar com feridas não cicatrizadas, em seu debut literário, Marília revela a
urgência de um novo tipo de liderança, não autocrática, e de um novo membro,
mais confiante em Deus e menos dependente do pastor local, a fim de que o
espaço da igreja seja saudável, criativo e curador.
Feridos
em nome de Deus é leitura obrigatória para quem anseia por um cristianismo
saudável e libertador. Uma denúncia do falso evangelho pregado por falsos
cristãos; um sopro dos bons ventos da graça de Deus, que definitivamente
precisa triunfar entre nós.
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