(2º Coríntios
10:4) “As armas da nossa milícia não são carnais, mas
poderosas em
Deus...”.
Escreveu certo
homem durante a Guerra Civil Americana: "Passei alguns dias na Casa Branca
como hóspede do presidente Lincoln. Uma noite, logo após a batalha de Buli Run,
encontrei-me perturbado e sem poder dormir. De madrugada, ouvi uma voz baixa no
quarto onde o presidente dormia. A porta estava destrancada e entrei. Não posso
esquecer o que vi. Era o Sr. Lincoln de joelhos, e diante dele uma Bíblia
aberta, na pouca luz daquele recinto. Jamais poderei esquecer-me do tom da sua
voz compassiva e triste, enquanto suplicava:
“O
Deus, tu que ouviste Salomão na noite quando orou e clamou pedindo-te
sabedoria, escuta-me! Não posso guiar este povo. Não posso dirigir esta nação
sem teu auxílio. Sou pobre, fraco e pecaminoso. O Deus, tu ouviste a Salomão
quando clamou pedindo-te sabedoria; ouve-me e salva esta nação”.
Os que desejam
obter o mesmo sucesso de Lincoln, um dos maiores estadistas de todos os tempos,
não devem ignorar o segredo que lhe proporcionou tanta influência sobre a nação
norte-americana. Como é palpitante ouvir o toque matinal do clarim, convocando
os soldados a prestar continência ao lema de nossa bandeira: "Ordem e
Progresso"! Poderia ser menos comovente ouvir tocar a alvorada de Deus,
conclamando o seu exército a servir à bandeira ensanguentada de seu Filho, a
bandeira que não conhece derrota? Lembremo-nos de que, como discípulos de
Cristo, somos também soldados. Escreveu Paulo: "As armas da nossa milícia
não são carnais, mas poderosas em Deus".
Para Timóteo, seu
amado filho na fé, deixou esta exortação: "Sofre comigo como bom soldado
de Cristo Jesus" (2ª Timóteo 2:3). Cumprida a sua missão, o grande
apóstolo podia declarar com toda a ousadia: "Combati o bom combate,
completei a carreira, guardei a fé. Já agora, a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim,
mas também a todos quantos amam a sua vinda" (2ª Timóteo 4:7-8). O
apóstolo foi em todas as coisas vitorioso, porque sempre respondera, com
prontidão, ao toque da alvorada; ao som do clarim, apresentava-se devidamente
vestido com toda a armadura de Deus, sempre desejoso de ouvir e obedecer às
ordens de seu Oficial: Cristo Jesus.
A Bíblia ensina
que o soldado cristão, antes de entrar na batalha, tem de apresentar-se ao
Capitão do Exército de Jeová, revestido de "toda a armadura de Deus".
Se não agir com prontidão e presteza, há de ser surpreendido pelo adversário de
nossas almas que ruge ao nosso derredor, procurando a quem possa tragar.
"Os que de
madrugada me buscam me acharão" (Provérbios 8:17). Isaías obedecia à
alvorada de Deus: "Desperta-me de manhã em manhã, desperta-me o ouvido
para que eu ouça como os que são instruídos" (Isaías 50:4). É claro que o
jovem Davi buscava a face de Deus antes de enfrentar as difíceis provações. E,
foi com grande coragem que saiu a encontrar Golias, num dia em que todos os
homens valentes de Israel estremeciam diante do gigante filisteu. Como Davi já
havia orado antes de sair de casa, achava-se pronto a obter o sei primeiro
grande triunfo em nome de Jeová.
Sabemos que Davi
guardava a vigília matutina, porque ele mesmo o disse: "Ouvirás de manhã
aminha voz, Jeová; de manhã te apresentarei a minha oração, e ficarei de
vigia" (Salmos 5:3). Era tão desejoso de comparecer perante o Senhor que
não esperava que alvorada o despertasse; era ele quem acordava a aurora: “Desperte
saltério e harpa; eu farei acordar a aurora" (Salmos 108.2). Daqueles que
se levantam para buscar a face de Deus, a Bíblia faz menção de Abraão (Gênesis
19:27), Jacó (Gênesis 28:18), Moisés (Êxodo 34:4), (Josué 3:1), Gideão (Juízes
7:1), Samuel (1º Samuel 15:12) e outros. As mulheres foram cedo ao sepulcro; os
apóstolos, soltos da prisão, entravam ao amanhecer no templo e ensinavam (Atos
5:21).
O que dizer do
amado Salvador que passava as madrugadas a orar? (Marcos 1:35). Não desprezemos
seu exemplo. Ele tinha um lugar para onde se retirava para falar com o Pai.
Somos inclinados a pensar que o Filho de Deus não necessitava de um lugar
secreto para buscar e desfrutar da presença divina. Mas havia, sim, um lugar
oculto, debaixo duma oliveira, ou atrás duma grande pedra ou ainda nalgum
horto, onde comungava com aquele que enviara a cumprir tão difícil e dolorosa
missão.
Depois de ter
passado vários anos na China, como missionário Hudson Taylor chegou a sua casa
pela manhã, bem cedo, e entre com grande emoção no quarto onde a sua filhinha
ainda dormia. Não querendo acordá-la, encostou-se ao berço e passou
contemplá-la com um olhar ansioso e terno, esperando que ela despertasse.
Depois de algum tempo, a menina comece a mover-se, e, por fim, abriu os olhos.
Como aqueles olhos fixaram no olhar terno e carinhoso de seu pai! Sim, o Pai
Celeste fica ao lado de nossa cama, todas as manhãs, esperando ternamente que
abramos os olhos contemplemos o seu rosto, para transmitir-nos a luz de seu
olhar de amor. Com tal visão, quão grande força receberemos para o dia que
tantos desafios nos reserva! Antes de contemplarmos o rosto de nosso próximo,
contemplemos a face de quem está sempre próximo de nós: Deus. Nas
madrugadas, ouçamos a sua voz, antes de ouvirmos o burburinho do mundo. Leiamos
a sua Palavra, antes de nos desgastarmos com as cartas, jornais e livros.
Diz-se que o
segredo do poder de Wesley, no grande avivamento do século XVIII, estava em
passar duas horas, ou mais, em oração todos os dias. Começava a falar com o Pai
às quatro horas da manhã. Um amigo íntimo do grande evangelista inglês deixou o
seguinte depoimento: "Ele achava que a oração era o seu principal
ofício no ministério cristão. Tenho o visto sair do quarto de oração com uma tranquilidade
tão visível no rosto que quase brilhava".
Conheci diversas
famílias nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Ceará, em que o primeiro a
acordar de madrugada, despertava os outros com um hino, e todos se ajoelhavam,
cada um ao lado da sua rede, para um tempo de íntima comunhão com Deus. Por que
muitos filhos de crentes não frequentam a igreja? Talvez porque seus pais não
aprenderam ainda a preciosa lição da alvorada do crente. Como esperamos ver a
salvação de nossos filhos se não aproveitamos as primeiras horas do dia para,
juntamente com eles, buscarmos a presença do Pai Celeste? Haverá soldado que
não responda ao toque da alvorada?! Qual será o castigo daquele que se recusa
apresentar-se uniformizado, pronto a responder a cada ordem? Como pode o exército defender a pátria se os soldados não
atendem a convocação?
A alvorada do
Senhor continua a soar: "Desperta tu... e levanta-te" (Efésios 5:14).
Não te esqueças de que as portas dos céus só se abrem àqueles que respondem ao
toque da alvorada. O que estás esperando? Responde a esta convocação juntamente
com toda a tua
família.
Livro: Como preservar a
família em tempos de crise –
Autor: Orlando Boyer.
Novo tema: Adaptado pelo o autor do Blog!
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