quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Livro "Perfil de três reis" (resenha)

 


ANÁLISE CONSTRUTIVA

Existem assuntos que em nossa caminhada farão parte dela necessitando que venhamos aprender a como se comportar e lidar com eles. Três deles são inerentes a todo aquele que aspira ao episcopado. São eles: quebrantamento, obediência e autoridade. Nessa linha de abordagem surge o livro “Perfil de Três Reis”, autor Gene Edwards que através de suas páginas proporciona aos leitores encarar com mais firmeza os desencontros ministeriais e os percalços eminentes. Em suas linhas o autor aborda em dois tempos distintos os acontecimentos e episódios ocorridos durante o período de reis no Antigo Testamento. A primeira abordagem é sobre Saul e Davi e na segunda Davi e Absalão. Ambas estão recheadas de conhecimento sobre submissão e autoridade no Reino de Deus.

O livro inicia abordando o dia a dia da família de Davi frisando que os sete filhos de Jessé trabalhavam próximo à fazenda e o caçula Davi apascentava o rebanho de ovelhas da família. Dentro desse panorama familiar, o autor viaja em suas palavras contando o dia a dia desse menino durante o cuidado com as ovelhas da família ilustrando momentos de intimidade com Deus. Após ser escolhido dentre os seus irmãos e ungido como o futuro rei de Israel, é enviado ao rei Saul para ser tocador de harpa em meios às crises do rei. Um aspecto interessante é abordado pelo autor ao relatar as tentativas de Saul em matar Davi. Nesse contexto com sábias palavras, faz um paralelo nos permitindo entender que apesar do comportamento errôneo de Saul, Davi o respeitava pela ordenação que estava sobre ele.

“Você é um rei Saul” (pág. 34), com essa afirmativa o livro te inclina a fazer uma autoanálise comportamental para saber se existe em nós alguma característica – ainda que escondida ou não – do rei Saul em nós. Características essas, que se desenvolvem em meios conturbados de relacionamento. Numa segunda abordagem é relatada a convivência de Davi com seu filho Absalão. Por parte de Absalão é colocado por Gene Edwards à maneira silenciosa e outrora evidente da revolução eminente no reino de Davi. Dentre várias observações sobre essa abordagem positivamente transcrevo trecho da pág. 77 “Afirmo-lhe com convicção: nenhuma revolta no reino de Deus é legítima, nem pode ser plenamente abençoada”. Será que existe um Absalão em nós? De forma contundente o autor afirma que os homens que dirigem ou fazem parte de algum tipo de rebelião são vistos no mundo espiritual como indignos. Gene Edwards acrescenta entre as sábias linhas escritas que todo aquele que promove rebelião necessitará de seguidores e que nós precisamos estar atentos.

Apesar de a leitura enfatizar a vida comportamental desses três reis, o autor em sua finalização do livro não se esquece de mencionar que toda liderança – boa ou má – sempre terá um povo esperando para seguir um rei honesto, justo e verdadeiro. Outra abordagem final é a maneira como Deus conhece o coração do homem mais que ninguém e que se a obra é do Senhor, Ele mesmo, Deus, é o maior defensor. Gene Edwards cita o exemplo de Corá quando o mesmo se levantou contra Moisés e veio a perecer sendo engolido pela terra. O autor finaliza o livro com mais um pensamento sábio ao relatar que “Deixarei o destino do reino somente nas mãos de Deus” (palavras conjeturadas de Davi). 

 

APLICAÇÃO PESSOAL 

Percebo que silenciosamente cresce no meio cristão pessoas que se decepcionam procedentes de liderança ou grupos eclesiásticos autoritários. Excelentes obreiros e obreiras que estão com os seus corações tristes e desanimados. Nessa visão é que entendo a preocupação do autor em resgatar tais pessoas, que apesar das dificuldades, ainda possuem um coração quebrantado e sensível à voz do Espírito Santo. Em seu prólogo já encontrei o cartão de visita do livro ao deparar-me com a expressão “O poder exterior sempre revelará os recursos interiores, ou ausência deles”. Com essa expressão compreendo que o coração do homem se fará conhecido mediante os poderes que vão sendo dado a ele.

O livro nos proporciona muitas reflexões sobre comportamento. Na escolha de Davi como rei, relato que Davi não estava entre os seus irmãos fazendo as mesmas atividades que eles faziam. Mesmo distante realizando uma função que não estava à vista dos homens ou em notoriedade, Deus o achou. Compreendo que não precisamos estar entre os grandes, precisamos estar onde Deus quer que estejamos.

O que fazer quando uma lança for atirada contra você? Talvez fosse retribuir o ataque à altura, porém o livro te ensina que devemos tão somente desviar dela. Foi isso que Davi fez! Explica o autor que retribuir com lança significa ter um coração com ódio e vingança. Significa também que Davi respeitou a autoridade que estava sobre Saul e que apesar dos desencontros ministeriais, devemos fazer o mesmo e respeitar a liderança. O livro traz ensinamentos sobre a revolta de Absalão onde são abordadas as intenções escondidas de seu coração. Fala sobre a natureza perigosa e de caráter sem escrúpulos e que tais pessoas precisam de seguidores ou partidários para por suas ambições em prática.

Em todos os seus capítulos a leitura proporciona um sábio entendimento e nos faz refletir sobre os paralelos dos três reis com o nosso comportamento diário. Assim como devemos buscar as caraterísticas de Davi, na mesma proporção fugir das características de Saul e Absalão.

Diante de tanta riqueza, a leitura te impulsiona a vencer as barreiras ministeriais, a lidar com questões de injustiça e proporcionar conforto na caminhada Daquele que nos chamou para a boa obra – Jesus Cristo, o Rei dos reis!

 

Att, Pastor Marcello Rocha.

 


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