segunda-feira, 28 de outubro de 2024

A IGREJA E O ACONSELHAMENTO



INTRODUÇÃO

Algum tempo atrás um pastor escreveu um artigo provocante sob o título, "O Aconselhamento é Uma Perda de Tempo". Frustrado pelo seu pouco êxito no aconselhamento, o escritor queixou-se de gastar “horas e mais horas”... falando ad infinitum com grande número de pessoas que simplesmente não seguem seus “conselhos pastorais”.

O líder da igreja foi suficientemente sincero para reconhecer que seu insucesso talvez resultasse do fato dele não ter as qualificações necessárias para aconselhar com eficácia. Concordou também que existe lugar para discussões doutrinárias e bíblicas entre um ministro e um membro, para falar sobre o casamento com os que estão se aproximando do altar, ou para ministrar pessoalmente aos doentes e aos que sofrem. Mas concluiu que não há lugar para "o aconselhamento pastoral tradicional tão pouco produtivo".

Uma conclusão semelhante foi expressa recentemente pelo presidente de uma faculdade quando afirmou que "a única razão dos pastores aconselharem é com o intuito de desempenhar o papel de psiquiatras e alimentar o seu ego de maneira pouco saudável". Os pastores devem restringir-se à pregação e evitar o aconselhamento, afirmou o educador em questão, sem lembrar-se aparentemente de que a pregação pode também incentivar o ego e que os motivos pouco sadios tendem a anuviar qualquer atividade, e não apenas o aconselhamento. Ao continuarmos nossa discussão, ele não disse como um pastor ou outro líder da igreja poderia ministrar às pessoas, cuidar de suas necessidades e mesmo assim evitar ajudá-las numa base individual ou em grupos pequenos.

Em um de seus primeiros livros Wayne Oates escreveu a este respeito com surpreendente clareza:

• O pastor, sem levar em conta o seu treinamento, não tem o privilégio de escolher se irá ou não aconselhar o seu povo. Eles inevitavelmente levam-lhe os seus problemas, a fim de obter orientação e cuidado. Não é possível evitar tal coisa caso permaneça no ministério pastoral. A sua escolha não é feita entre aconselhar ou não aconselhar, mas entre aconselhar de maneira disciplinada e hábil ou aconselhar de modo indisciplinado e inábil.

 

 

Fonte: Curso de Clínica Pastoral (IBADERJ)

(Parte 1) Acompanhe as demais postagens. 

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